TOXINA BOTULÍNICA

A toxina botulínica é uma substância produzida pela bactéria Clostridium botulinum, inicialmente utilizada para tratamento de distúrbios musculares. Em 1992, Carruthers & Carruthers (1) publicaram o primeiro trabalho com o uso estético no tratamento de rugas glabelares (entre as sobrancelhas) e a partir de então seu uso difundiu-se na Dermatologia Cosmiátrica, sendo atualmente o procedimento dermatológico mais realizado no mundo com fins estéticos. 

Ela age impedindo a liberação de acetilcolina, um neurotransmissor, que é responsável pela contração muscular. Não havendo liberação de acetilcolina pelo neurônio, não há contração muscular. Importante ressaltar que a toxina botulínica não lesa o nervo e não altera a produção de acetilcolina, apenas bloqueia de forma temporária a sua liberação por em média 3 a 4 meses. 

Seu principal uso na Dermatologia é no tratamento de rugas dinâmicas (aquelas que aparecem com a contração muscular), conferindo um aspecto mais jovem e menos cansado ao paciente. Não existe idade ideal para o início da aplicação, podendo ser aplicada tão logo essas rugas comecem a incomodar esteticamente. 

Outro uso muito difundido na Dermatologia é no tratamento da hiperhidrose (sudorese excessiva) tanto axilar (2)  como palmar (3), em geral sendo necessário repetir as aplicações entre 9 a 12 meses. 

Nos últimos anos, foram publicados trabalhos mostrando seu benefício na melhora da vermelhidão e das lesões inflamatórias da rosácea (4) e na prevenção de cicatrizes inestéticas quando aplicada nas bordas da incisão cirúrgica (5).

Autora:

Luciana Gadelha
CRM PB 4644
RQE 2551

Referências:

  1. Carruters A, Carruthers JA. Treatment of glabellar frown lines with botulinum A exotoxin. J Dermatol Surg Oncol 1992; 18: 17-21. 
  2. Almeida ART, Yokomizo VMF, Benemond TMH. Hiperidrose axilar. In: Almeida & Hexel. Hiperhidrose e toxina botulínica. São Paulo: Know-How, 2003;25:161-6.
  3. Almeida ART, Boraso RZ. Hiperidrose palmar. In: Almeida & Hexel. Hiperhidrose e toxina botulínica. São Paulo: Know-How, 2003; 26:167-74.
  4. Oliveira CMM, Almeida LMC, Bonamigo RR, Lima CGG, Bagatin E. Consenso sobre tratamento da rosácea – Sociedade Brasileira de Dermatologia. An Bras Dermatol. 2020; 95(51):53-69.
  5. Dan Xu, Da-Song Zhang, Xue-Feng Hu, Meng-Yao Hu. Medicine (Baltimore) 2021 Jan 8; 100(1): e23034. Published online 2021 Jan 8.
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