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90% de mortes por câncer de pele podem ser evitadas

Por Júlia Brito

O câncer de pele é o tipo de câncer mais frequente no Brasil e no mundo. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), esse tipo de câncer corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados no país. E, por isso, em um lugar tão ensolarado como o Brasil, o cuidado deve ser constante.  

Recentemente, o secretário-geral da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), Ricardo Vieira, afirmou em entrevista que 90% das mortes por câncer de pele podem ser evitadas. Apesar das óbvias diferenças entre os sistemas de saúde de Portugal e o do Brasil, a recomendação da APCC para alcançar essa estatística é (relativamente) simples: controle dos fatores de risco e o diagnóstico precoce.

Como indica o dado da associação portuguesa, as chances de recuperação são muito boas quando tratado nos estágios iniciais. Mas, por falta de conscientização ou mesmo por não ter o hábito do cuidado com a pele, sobretudo na população mais vulnerável, o Brasil ainda tem números preocupantes.

Os números do câncer de pele no Brasil

Os tipos mais comuns de câncer de pele no Brasil são os não melanoma (carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular), que, apesar da baixa letalidade, se não tratados, podem apresentar crescimento local, destruição da pele e estruturas nobres vizinhas. De acordo com dados do INCA, em todas as regiões do país, ele é mais comum em mulheres.

Regiões com maior incidência (em homens): 

  • Sul: 123,67 casos por 100 mil habitantes
  • Centro-Oeste: 89,68 casos por 100 mil habitantes
  • Sudeste: 85,55  casos por 100 mil habitantes
  • Nordeste: 65,59  casos por 100 mil habitantes
  • Norte: 21,28  casos por 100 mil habitantes

Regiões com maior incidência (em mulheres): 

  • Centro-Oeste: 125,13 casos por 100 mil habitantes
  • Sudeste:100,85 casos por 100 mil habitantes
  • Sul: 98,49 casos por 100 mil habitantes
  • Nordeste: 63,02 casos por 100 mil habitantes
  • Norte: 39,29 casos por 100 mil habitantes

Os casos de câncer do tipo melanoma são menos frequentes no Brasil (3% do total de diagnósticos de câncer de pele), porém, mais perigosos, sendo a maior incidência, na região Sul. 

Os tumores de pele estão relacionados a alguns fatores de risco, como: ter pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros, ou ser albino, o histórico familiar ou pessoal de câncer de pele, sistema imune debilitado e exposição à radiação artificial. Mas, o fator principal é a exposição prolongada e repetida aos raios ultravioletas do sol, um problema no Brasil.

As estatísticas da 21ª Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele, Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), mostram que os brasileiros ainda não se protegem adequadamente do sol: 63,05% das pessoas se expõem sem qualquer proteção. Sem os cuidados necessários, como o uso correto de filtros solares (mesmo em dias nublado), roupas de proteção UV, além do uso de chapéus e bonés, a exposição prolongada ao sol pode levar a danos graves à saúde.

Atenção aos sinais!

O câncer de pele não melanoma ocorre principalmente nas áreas do corpo que ficam mais expostas ao sol, como rosto, orelhas, região do colo e antebraços. Já o melanoma maligno, pode ocorrer em qualquer região da pele,  inclusive em áreas cobertas, daí a importância do autoexame da pele, devendo ser valorizado tanto o surgimento de novos sinais como a modificação dos antigos (crescimento, alteração da cor, coceira, sangramento). Qualquer mudança na pele deve ser avaliada por um dermatologista para que o diagnóstico seja precoce e o  tratamento comece o mais rápido possível. Quanto mais rápida for a identificação, melhores serão os resultados.

O site da SBD tem informações que podem ajudar a identificar lesões suspeitas na pele, mas que não substituem uma consulta médica especializada. Por isso, ao perceber o surgimento de qualquer alteração na sua  pele,  não tarde em procurar um dermatologista.

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